Por Natalia Bruckner
Qualquer evento de história em
quadrinhos que se preze é marcado pela presença em peso de uma turma de
admiradores HQ empenhados em se vestir
como seus heróis favoritos. Esta prática é chamada de cosplay, que vem do inglês “costume play” e significa “representação
de personagem a caráter”. Os cosplayers,
como são chamados os participantes desta prática, costumam aproveitar a
realização de eventos culturais para exibirem seus trajes feitos com muito
empenho, e investimento financeiro. A cosplay é meramente um hobbie, e
um traje, feito à fiel imagem e semelhança da vestimenta de super heróis ou
personagens de anime, geralmente é
complexo de fazer e pode levar meses para ficar pronto.
Mas há também quem surja de cosplay a trabalho, como é o caso da
dupla de palhaços “Alípio e Sarrafo”, que se trajavam como gângsteres durante o terceiro dia da Gibicon. Membros da trupe
“Companhia dos Palhaços”, a dupla foi
responsável pelo o entretenimento dos participantes da 2º edição do
GIBICON, e pelo controle do sistema de
som e avisos sonoros. De terno, gravata e muita maquiagem, Alípio e Sarrafo
enfrentaram o sol escaldante e as altas temperaturas registradas no terceiro
dia do evento. “Ontem nos vestimos de super–heróis e passamos frio, e hoje
estamos de gângster, morrendo de
calor, mas vale a pena”.
No transcorrer do evento,
crianças direcionavam seus olhares curiosos para dois robôs que circulavam
pelas dependências do Memorial de Curitiba, e paravam para tirar fotos com eles, e tocá-los. Os robôs são Leandro
Moreira e Everton Santana, vestidos como personagens da trilogia Star Wars. “Fizemos este cosplay de Stormy Troppers, os soldados de Darth Vader, das tropas imperiais”,
esclarece Everton, citando os personagens do clássico da ficção científica no
cinema. Leandro conta que começou a se fantasiar de personagens há quatro anos, após ter assistido aos filmes de Star
Wars, dos quais é fá convicto. “Todos os meus amigos tinham assistido Star
Wars, exceto eu. Um dia assisti com minha mãe e me tornei fã. E já tenho mais
três fantasias prontas” explica. Perguntados sobre a receptividade das demais
pessoas do evento em relação aos adeptos do cosplay,
a dupla afirma que a roupa pode torná-los alvo tanto de admiração, como de reprovação: “o pessoal acha o máximo, mas tem
gente que não curte”.
Também havia cosplayers ilustres no Gibicon, que deram entrevistas e autógrafos.
Jackeline dos Santos foi prestigiada no evento, atendendo pela alcunha de
Vampira Lésbica, uma personificação da protagonista da história em quadrinhos
homônima, cuja a primeira edição foi lançada em um dos estandes dispostos no
evento. A história é criação de José Padilha, com a arte de Isabelle Linhares,
e foi inspirada nos famosos contos de Drácula. “Esse projeto estava engavetado
há algum tempo, e precisávamos que alguém que personificasse a Vampira Lésbica,
até conhecermos a Jackeline. Um metro e oitenta de mulher, eu vi e falei - É nossa vampira!”, conta Padilha.
Um dos cosplays mais famosos do evento fez uma alusão a Gralha Azul, um
símbolo da cultura curitibana. “O Gralha” é o protagonista da história em
quadrinhos criada há 15 anos, durante a comemoração nos 30 anos da Gibiteca de
Curitiba, e que foi desenhada por vários artistas. O personagem já participou
de dois filmes de curta metragem, e já desfilou na escola curitibana de samba
“Mocidade Azul” no Carnaval deste ano. Segundo o caricaturista Natanael Souza, a fantasia do “Gralha” continua em seu formato original, e apenas a
capa e a máscara foram refeitos. Você pode conferir o blog do Gralha e suas histórias no blog do personagem.
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