Sessão cheia em mostra de cinema de horror em Curitiba. |
Por
Natália Brückner
Sou
fã de Rodrigo Aragão e Paulo Biscaia Filho desde a Virada Cultural de 2012,
quando vi seus filmes serem exibidos durante a primeira edição do evento “Madrugada
Sangrenta”, na Cinemateca de Curitiba. Os dois cineastas, Aragão, do Espírito
Santo, e Paulo, de Curitiba, cravaram em meu coração a estaca do horror nacional
quando vi, na mesma sessão, A Noite dos Chupacabras e Morgue Story – Sangue,
Baiacu e Quadrinhos. O primeiro mostra as inimizades entre famílias
sertanejas, entrelaçadas com o mistério de um monstro que ataca a população, em
uma narrativa que mistura de cordel e carnificina. O segundo é um conto urbano
macabro que começa e termina na mesa de um necrotério. Os dois filmes deram
início à minha curiosidade em conhecer o que o nosso país tem de trash
horror para oferecer.
Carinhosamente
apelidado de “Grotesco”, a mostra Grotesc-O-Vision subverte a micareta
carnavalesca ao trocar, pelo segundo ano consecutivo, os confetes e o samba pelo
sangue nas paredes e pelos gritos. O evento, que ocorreu entre 28 de fevereiro
e 3 de março, foi organizada pela companhia Vigor Mortis, dirigida por Biscaia
Filho.
Com o Curitiba Rock Festival e a Zombie Walk, a mostra de filmes malditos fecha a tríade
soturna que faz o carnaval curitibano ser o mais alternativo do Brasil. Segundo
o curador, a invasão do gênero de horror em meio ao samba e folia não serve
como oposição aos foliões, mas como uma soma. Se o carnaval é a festa do povo,
que seja também para o povo que gosta de terror. Para Aragão, o gênero de
horror abre a oportunidade brincar com a fantasia – e com o sangue, os monstros
e os medos.
Nesta
edição, a Grotesco contou com lançamentos nacionais e internacionais, como Topos, longa-metragem argentino de horror que tem sua estreia no Brasil pelas telas da
Cinemateca de Curitiba. No evento, Aragão e Biscaia Filho exibem seus novos
filmes, respectivamente, Mar Negro e O Coração que Falava Demais.
Além
dos filmes, a mostra também teve uma feira de produtos de horror, que vendia
livros, DVDs, games, camisetas e canecas. Na manhã de domingo (2), um workshop
de maquiagem de horror promovida por Rodrigo Aragão ensinou e preparou os
participantes para a Zombie Walk, que reuniu centenas de pessoas ensanguentadas
e famintas por cérebro humano no centro da cidade.
Veja mais fotos da mostra:
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