Mesa na Gibicon debateu a presença das mulheres nos quadrinhos. Foto: Amaní Cruz. |
Seis mulheres
estiveram questionando suas participações em um trabalho que elas mesmas
definem como masculino
Por Amaní Cruz
A mesa de debate
sobre mulheres e quadrinhos promovida na Gibicon contou com a participação de Lu
Cafaggi, Julia Bax, Ana Koehler, Érica Awano e Bianca Pinheiro, todas ilustradoras
que contaram sobre seus projetos pessoais. As componentes abordaram diversos assuntos como gênero
feminino, estereótipos e sexualidade nas HQs. A mediação foi de Lielson Zeni, pesquisador, roteirista e editor de quadrinhos.
Bianca Pinheiro, designer
e ilustradora, falou em como o gênero é colocado nas histórias de quadrinhos.
“Como tenho um produção independente, consigo ter uma liberdade maior para
abordar o assunto e geralmente faço quando quero despertar alguma questão como,
por exemplo, de como representar a mulher e mostrar que ela não precisa ser
sempre bonita, jovem e aberta para o amor”.
Julia Bax,
ilustradora e parte da equipe francesa Le Lombard, falou sobre estereótipos.
“Quando a pessoa é bem resolvida e sabe o que quer mostrar, fará os desenhos de
forma natural, tudo vai depender de quem está vendo. Tenho poucas coisas
publicadas, mas pode ser que algum homem veja os meus quadrinhos e diga que não
se parece com um homem. É relativo porque ainda estamos em uma sociedade que é
totalmente estereotipada”.
“Para ajudar nessa
questão de estereótipo, temos que cada uma fazer sua parte. Eu, por exemplo,
procuro sempre colocar uma mulher fazendo um trabalho que geralmente um homem
faria e assim vice-versa”, complementou Lu Cafaggi, que é jornalista e ilustradora.
O evento contou com
um público diversificado. Ana Clara, 16 anos, assistiu e participou com
perguntas e contou como foi a experiência. “Vim de Porto Alegre para participar
especificamente deste debate porque sou fã das meninas e me inspiro nelas para
a minha carreira. Inicialmente, estou desenhando histórias em quadrinhos”.
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