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Da esquerda para a direita: Cynthia B., Chiquinha, Sonia Luyten, Pryscila Vieira e Luli Penna. Foto: Manoela Tkatch. |
Ilustradoras da seção Quadrinhas, do jornal Folha de S. Paulo, conversam com o público sobre quadrinhos e charges semanais
Por Manoela Tkatch
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhMZ9pcN7r-BZ5vgM8VvsvPklqxmykaQt1_jsH0Y05N8La08rHwP6EM0BBiYCfJICFITVMqKqiD8ENj-3kiJRGjVP36G7V9xaPZV4Tfq78zeYq-fWmkxWS-xa04kSH7xv1O5MJ_PfN95c7/s1600/Logo.jpg)
A
mediação da conversa com o público foi realizada por Sonia Luyten, doutora
em
Ciências da Comunicação. Durante cerca de uma hora, as
ilustradoras comentaram a liberdade que possuem no jornal, pois a
tentativa de passar uma mensagem fica mais fácil quando poucos
fatores impedem publicações de vários temas. “Eu traduzo essa
liberdade na confiança que o editor tem em nós”, comenta Pryscila
Vieira, que também já fez ilustrações para a Gazeta do Povo, do
Paraná.
Cynthia B. Afirma que no começo do projeto Quadrinhas, havia um medo de toda essa liberdade. “Eu achava que tudo o que eu queria publicar, os editores não iriam aprovar.”
Cynthia B. Afirma que no começo do projeto Quadrinhas, havia um medo de toda essa liberdade. “Eu achava que tudo o que eu queria publicar, os editores não iriam aprovar.”
Polêmicas
O
publico das tirinhas também foram assunto discutido durante a
palestra. As autoras comentaram que algumas pessoas interpretam de
maneira errada a mensagem da ilustração e acabam perdendo o real
sentido da charge. Pryscila Vieira, que tem como principal personagem
uma boneca inflável, chegou a discutir com mulheres do movimento
feministas, que não concordavam com os temas abordados em seus
quadrinhos.
“A
questão é que a pessoa não lê o que você responde. Há só
aquela visão dela”, complementa Chiquinha, com relação à
história da colega. “Na internet não temos o ‘cara-a-cara’
com a pessoa para poder ampliar o debate”, compara Cynthia B, sobre
a mesma questão.
“Essa
mordaça invisível está tomando cor”, diz Pryscila Vieira,
descrevendo a cartilha do politicamente correto. As ilustradoras
comentaram outros episódios, vividos por colegas de trabalho que já
foram processados por textos ou ilustrações categorizadas como atos
de racismo e/ou preconceito. Além disso, elas também comentaram que
têm medo de publicar algo e serem entendidas como desrespeitosas.
“Quando
você dá sua opinião em alguma publicação, está sujeito à
pessoas pensam mais de dois segundos sobre o assunto e já publicam
a opinião que quiser. Isso irrita e você tenta não brigar”,
desabafa Cynthia B. Chiquinha explica que esses comentários
negativos influenciam as pessoas que vão ler o quadrinho no jornal.
“As pessoas não veem com olhos próprios a imagem. Apenas leem o
comentário e publicam coisas negativas”.
O
último assunto tratado na palestra foi o analfabetismo visual de
pessoas que não consegue analisar a imagem como analisam o texto. A
plateia concordou com a afirmação das autoras de que as escolas
brasileiras não ensinam seus alunos a ler quadrinhos, o que os
prejudica no futuro, quando precisarão ler quadrinhos e charges.
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