domingo, 28 de junho de 2015

Filme de Jorge Forero tem discurso plural sobre a violência


"Violência" foi exibido no dia 15 de junho e problematizou a banalidade com que geralmente enxergamos a violência na sociedade ocidental

Por Patrick Ribeiro 

O filme "Violência", do cineasta colombiano Jorge Forero, é composto por três historias, que abordam o universo da criminalidade, do contrabando e das milícias na Colômbia. A brutalidade das cenas apresentadas pela trama não são muito diferentes do que o público brasileiro está acostumado a perceber, mas é preciso refletir um pouco mais sobre a obra. 

A violência é intrínseca ao modo de vida dos ocidentais, de tal forma que se torna banalizada para a plateia. No filme e Ferrero, o personagem interpretado por Rodrigo Velez, da primeira narrativa, foi sequestrado e acaba sujeitado às imposições de um grupo de guerrilheiro. Não há diálogos. A angústia do personagem se expressa pelo rosto do protagonista, que vive acorrentado em uma floresta. Sem perspectiva alguma de fuga.  

A segunda narrativa apresenta o cotidiano de um jovem suburbano desempregado, que se torna um paramilitar. Sua vida é marcada pela violência do Estado, que também é banalizada e quase "imperceptível". A trama se desenvolve nos relacionamentos que o personagem estabelece com a sociedade a partir de temas como sexualidade, criminalidade e vocabulário. 

A última narrativa expõe o cotidiano de um homem, vivido por David Aldana. Gentil e amigável na sua vida íntima, mas opressor como líder paramilitar. Essa é a trama que mostra como Forero busca um retrato plural em seu discurso sobre a violência, sem buscar lados do bem ou do mal. Há sempre uma relação multifacetada sobre o tema nos personagens e nas instituições que os afetam. 

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