terça-feira, 31 de março de 2015

Peça sobre mulheres históricas emociona o público


O grupo Delirivm Teatro de Dança apresentou a montagem na Praça Generoso Marques como parte da programação gratuita do Festival de Teatro de Curitiba

Por Vinicius Frois 

Na manhã do último sábado (28), o grupo Delirivm Teatro de Dança apresentou a peça Mulieribus na Praça Generosa Marques, no centro da cidade. O espetáculo fez parte da programação gratuita do Festival de Teatro de Curitiba.
O enredo da obra fala de mulheres que, nos seus momentos mais difíceis, mudaram ou estão mudando a sua história e a do mundo. As personagens de Mulieribus inspiraram quadros, representados de forma poética pelo grupo, como as mães da praça de maio da Argentina. Entre os temas abordados pela montagem estão o fascismo, a extinção das baleias, o nazismo, as desigualdades sociais, o consumo massificado, o apartheid e a segregação racial, entre outros.

A peça apresentou momentos comoventes, principalmente na cena em que mães procuravam seus filhos na praça. Uma das atrizes encenou o momento aos prantos.

Dulce Helena, integrante do grupo, ressaltou a força feminina representada pela montagem. “Estamos representando o que a mulher conquistou na história." A atriz diz que uma das vantagens de trabalharem Mulieribus é o fato de sempre se emocionar nas apresentações.

A atriz Maria Stella, uma das fundadoras do grupo, afirma que os corpos de judeus lançados aos fornos crematórios de Auschwitz na época do holocausto é uma das cenas mais marcantes e é repleta de simbolismos. “Quando representamos com os lenços sobre a cabeça, estamos fazendo menção ao episódio dos judeus jogados no forno”. Sobre o grupo, ela declarou que passaram por um tempo de inatividade, mas "voltamos à atuar atendendo a pedidos”.

O conjunto Delirivm Teatro de Dança, fundado em 1986, é o pioneiro no Brasil a trabalhar com a Maior Idade. O trabalho tem se desenvolvido por meio de pesquisa e experimento.

Mulieribus tem direção de Joao Butoh, que também ator, bailarino, professor e jornalista. O artista conserva um vasto currículo na área teatral, tendo se apresentado em países como Tailândia, Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha. Além disso, ele também tem uma vasta coleção de prêmios como coreógrafo, figurinista, cenógrafo, diretor e bailarino.



Veja mais fotos da peça:


segunda-feira, 30 de março de 2015

Espetáculo "Vai e Vem do Bem" discute boas maneiras no trânsito


Apresentação ocorreu na Praça Santos Andrade na manhã do último sábado, dia 28, e contou com bom humor e interações com o público

Por Aléxia Lopes

A montagem "Vai e Vem do Bem", com direção de Alex Wolf, discutiu com o público, de uma forma engraçada e dinâmica,  a importância das leis de trânsito. A apresentação ocorreu no último sábado, dia 28. A companhia responsável pela produção é o Grupo de Teatro UniBrasil - Grutun.

A trama acompanha os personagens Infracionária (uma diabinha que provoca acidentes), Preferencial (um anjo que prega a paz no trânsito), um Guarda de Trânsito, uma vovó sexagenária, uma motociclista maluca e o motorista Zé Depressa. O objetivo do espetáculo é incentivar e conscientizar o público sobre as leis de trânsito e sobre melhorias nas ruas para um fluxo melhor. Além disso, a produção também interage com as crianças.

A professora da Universidade Federal do Paraná Eva do Rocio, 52 anos, que assistia à peça com suas três filhas pequenas, elogia o Festival de Teatro de Curitiba. "As peças, como um todo, são uma oportunidade única. Principalmente as gratuitas, que são super-acessíveis e que só não vem quem não quer ou quem realmente não sabe do festival e/ou da programação em si. É bom para as crianças e é bom para nós pais que podemos proporcionar isso aos nossos filhos. Venho todos os anos e por isso já trago mochila com comida e bebida para as crianças porque ficamos o dia inteiro conferindo as atrações gratuitas."

As escadarias da UFPR lotaram para assistir a peça. Durante a apresentação foi possível ver a dificuldade de levar às ruas uma peça que, normalmente, vemos no palco e em salas de teatro.

O diretor Alex Wolf avalia que o desafio vale a pena. “Para trazer uma peça para a rua precisamos considerar inúmeras variáveis, como por exemplo o tempo. Hoje está um dia nublado e poderia chover no meio. Isso atrapalharia muito. O vento provoca um ruído na emissão da voz dos atores. O barulho das ruas também. Às vezes, os mendigos entram no meio da peça e querem participar também. Já tivemos uma experiência em que um morador de rua entrou no meio de uma apresentação e pediu uma das atrizes em casamento. Então nós temos que nos preocupar com muitas coisas quando se trata de teatro nas ruas."

Mesmo com um atraso de 20 na apresentação, Wolf acredita que o público se divertiu com a peça. “O fato de estarmos, de uma certa forma, mais perto da plateia é o legal de levar nossas peças às ruas. Essa aproximação e a interação com as pessoas nos faz mais motivados e também é gratificante, pois todos aplaudem e riem. Acho que o mais importante da rua é levar a mais pura essência do teatro às ruas. O espaço mais democrático para a arte é a rua."

A auxiliar administrativa Camila Schiserle, 34 anos, também assistiu à peça e gostou do que viu. “Mesmo que tenha uma pegada infantil, o tema é muito sério. A imprudência de hoje em dia é complicada. Minha filha adorou e já temos várias outras peças programadas para assistirmos. Fazemos questão, eu e meu marido, de trazê-la sempre que podemos. Para as crianças é muito importante aprender coisas novas, se habituar aos assuntos importantes e interagir com as peças. É muito gostoso participar”, diz..

quarta-feira, 11 de março de 2015

Diretores falam sobre experiência na Grotesc-O-Vision


Confira entrevistas feitas pelos repórteres Michelle Gaio e Alexandre Greco do Capital Cultura com os realizadores participantes do evento:

Lula Magalhães, do Recife (PE). Diretor e produtor do média-metragem “Manda-la Night Clube”, baseado na história de um serial killer dos anos 70 que matava prostitutas em Pernambuco.

"Estou muito feliz de estar aqui. Saí de longe. Vim do Recife para Curitiba. É o primeiro festival em que o filme participa e estou ansioso para vê-lo na tela grande. Esses festivais são muito importantes para propagarmos as ideias dos filmes".

Guilherme Zanella, de Porto Alegre (RS). Diretor do filme “Canibal Tropical”, que conta com uma trama de horror com elementos carnavalescos. 

"É um filme que vem fazendo um percurso muito interessante, porém, é muito mais uma experiência, um filme experimental. Gosto muito da iniciativa da mostra. Não é uma alternativa para fugir do carnaval, mas encaro como uma nova ótica em cima do carnaval, mostrando que é um evento muito mais plural do que a maioria das pessoas tende a imaginar. Fico muito feliz com esse momento do cinema de horror. Acho que isso tende ajudar bastante a criação de filmes do gênero no Brasil".

Helvecio Parente, do Rio de Janeiro (RJ), diretor e produtor dos filmes “Noite sem Nome” e “Manifestação de Zumbis”.

"Exibo dois filmes meus hoje, um terror e um de 'terrir': o 'Manifestação de Zumbis', que fiz com alguns amigos. Pensamos nele na época das manifestações do Rio de Janeiro e, como tinha vários tipos de manifestantes com vários objetivos, pensamos em fazer um filme em que são os zumbis estão fazendo manifestação. O outro é 'Noite sem Nome', que passou em seis festivais fora do Brasil. Esta foi a primeira vez em um festival brasileiro, o que é bacana. Eu moro no Rio e não gosto de carnaval. Gostaria que tivesse uma versão carioca do Grotesc –O –Vision lá para termos uma opção". 

Joel Caetano, produtor e diretor do filme “Judas” e do longa “Fábulas Negras”, de 2015, feito em conjunto com Rodrigo Aragão, Peter Baiestorf e José Mojica Marins. 

"'Judas' é um curta metragem sobre a malhação do judas e “Fábulas Negras” fiz em conjunto com  Rodrigo Aragão e o grande mestre Zé do Caixão. Acho importante este festival porque é uma alternativa não só para quem não gosta de carnaval, mas para quem procura algo diferente e quer participar de um evento de cinema, uma das artes mais fantásticas do mundo. Os filmes de terror no Brasil ainda precisam de muita luta para chegar lá, principalmente para os independentes que possuem muita dificuldade na distribuição. Muitas vazes, conseguimos fazer os filmes, mas eles não chegam às telas de exibição".

Leia mais:

"Enquanto eu estiver vivo, Deus é testemunha de que haverá Grotesc-O-Vision", diz Paulo Biscaia Filho


Confira entrevista exclusiva dos repórteres Michelle Gaio e Alexandre Greco com Paulo Biscaia Filho, organizador da Grotesc-O-Vision:  

Michelle Você acredita que o  Grotesc–O–Vision é uma alternativa para aqueles que buscam fugir do carnaval?

Biscaia – É uma proposta a se adicionar ao Carnaval, que não precisa ser uma coisa só. Ele pode ser várias coisas. Esta seria mais uma das propostas que o curitibano vai ter durante o Carnaval, obviamente casada com propostas semelhantes como a Zombie Walk, e PsychoCarnival.

Michelle – Ouve um aumento da recepção do público ou o público tende a rejeitar um pouco por ser Carnaval?

Biscaia – Se o público rejeitasse, não estaríamos na terceira edição. Pelo contrário, a ideia do projeto é até cobrada por algumas pessoas. Como ela é produzida de forma independente, só faço se for para compartilhar esse prazer com outras pessoas, ou não teria sentido fazer. Se não fosse legal e ninguém gostasse e se fosse só para eu sofrer não faria, mas como um monte de gente gosta e eu gosto de fazer e então espero que a cada ano ele vá encontrando seu espaço.

Michelle – Você gosta dos filmes exibidos aqui? Foi você quem os escolheu? Como funciona a seleção?

Biscaia – Eu sou o curador da mostra e obviamente trabalho como realizador de cinema de gênero. Sei que é importante encontrar janelas de exibição para esses tipos de filmes que têm dificuldade em encontrar espaço para entrar em contato com seu público. São poucos festivais do gênero no Brasil: há um grande em Porto Alegre e outros espalhados em algumas cidades. Esta é mais uma mostra que não quer crescer tanto. O nosso limite é a quarta-feira de cinzas. É para sempre ser durante o carnaval e em paralelo a Zombie Walk, já que nasceu junto com ela e vai ficar sempre no carnaval.

Michelle – Você acha que por ser um evento independente, ele se torna mais difícil de acontecer?

Biscaia – É mais difícil por não termos um aporte financeiro de patrocinadores, temos que contar com a sorte de ter pessoas unidas que trabalham como voluntárias, que são pessoas maravilhosas e dedicadas que trabalham fervorosamente. Sou muito grato e outros parceiros, como o próprio Teatro Cine Gloriah, que confiou e recebeu este evento, que até então acontecia na Cinemateca e agora mudou de espaço. Apesar de ter a parte ruim de não ter suporte financeiro, tem a parte boa que é encontrar pessoas maravilhosas que fazem de tudo para que o evento ocorra, mas óbvio que vamos atrás de patrocínios para edições futura.

Michelle – Qual a sua sensação quando o evento termina? Você fica satisfeito com o público e com os filmes que traz aqui?

Biscaia – Me sinto muito cansado. É uma gincana. Depois dessa canseira em que digo não vou fazer de novo, sempre mudo e penso: poxa, isso é tão legal, daí já tá começando a virada para o próximo ano e começo a planejar a próxima edição.

Michelle – Então teremos mais edições?

Biscaia – Sempre. Enquanto eu estiver vivo, Deus é testemunha de que haverá Grotesc-O-Vision.

Alexandre – Você vai participar do Mondo Estronho que ocorrerá em junho?

Carnaval gospel de Curitiba reúne 400 pessoas no TUC



Três bandas cancelaram suas apresentações. Mesmo assim, público não deu sinal de desânimo diante da programação repleta de artistas locais religiosos


Por Clayton Rucaly


O que começou como um pequeno show, logo se tornou um grande evento, com presença de aproximadamente 400 pessoas. A segunda edição do "Arte e Cultura Cristã" ocorreu no dia 17 de fevereiro, com apresentações de 15 grupos musicais, no Teatro Universitário de Curitiba (TUC), no Largo da Ordem. 

Danilo Ferreira, 32 anos, é um dos organizadores do evento e líder do projeto Arte e Cultura Crista. Segundo ele, o carnaval gospel tem atraído a atenção do público. "Há 15 anos trabalho com projetos e eventos. No entanto, essa festa nasceu com o objetivo de divulgar um pouco dos cantores e da própria cultura gospel por meio de teatros, shows, apresentações e palestras. Esse trabalho não possui bandeira política. Trata-se de um projeto voltado ao público cristão e, claro, ao curitibano secular, que pode aprender mais sobre os tipos de músicas e estilos que passam a mensagem de amor de Jesus Cristo para com o mundo".

De fato, o projeto tem recebido grande apoio. Nilza dos Santos, coordenadora administrativa do TUC, diz que, pelo fato do projeto ter objetivos sociais e culturais, há muitos simpatizantes. "A não permissão de bebidas alcoólicas e cigarros nos ambientes de celebrações dá aos visitantes e às famílias mais segurança para aproveitarem o evento", afirma. Ela alega também que Curitiba é uma das pioneiras a ter esse tipo de evento, divulgado na agenda oficial do município.

A psicóloga Cirlene Nicolau, de 42 anos, e a filha, Margerie Nicolau, de 17 anos, relata que o carnaval voltado ao público gospel pode ser bem divertido. "Estou aqui para aprender um pouco mais da rica diversidade do mundo gospel. Dizem que essa festa é 'da carne', em que os desejos humanos são realizados, mas só consigo ver uma festa de louvor a Deus. Vamos mostrar às pessoas que o cristão também celebra, se diverte, sorri e dança sem necessidade de se autodestruir nas bebidas e nas drogas".

Mesmo com a temperatura de 18ºC (frio para essa época do ano), com a chuva e com os imprevistos - três bandas programadas para se apresentar acabaram adiando seus shows -, a alegria dos curitibanos presentes foi inabalável. 


Grotesc-O-Vision reúne apaixonados por filmes de terror durante o feriado de carnaval


Festival de horror exibiu uma ótima programação pra as pessoas que queriam fugir das folias que invadiram as ruas

Por Michelle Gaio Machado e Alexandre Pereira da Silva Greco 

A Grotesc-O-Vision, opção no Carnaval curitibano para os que fugiam da folia, exibiu filmes independentes que surpreenderam o público. O evento, ocorrido entre os dias 13 e 15 de fevereiro no teatro Cine Gloriah teve uma média de público de 35 pessoas por sessão. A mostra contou com grandes exibições como "Judas Ghost" e "As Fábulas Negras". 

Em sua terceira edição, o festival teve uma ótima aceitação pelo público. Otávio Pereira, gerente de projetos de 35 anos, afirma que o festival é uma ótima opção para quem quer fugir do carnaval. "A ideia é sensacional, pois reúne grandes diretores e produtores do cinema alternativo", diz. 

O público diverso apreciou os filmes exibidos. Deslaine Silva, de 16 anos, assistiu ao filme "Judas Ghost". "Gostei especialmente de três partes do filme: quando a garota cai no poço de sangue, quando ela vai na janela e ele a puxa e depois é puxado por ela, e a parte da escuridão na qual ela anda até um local que começa a queimar em volta do círculo. Recomendo o filme a todos". Já o comerciante César Nova, que assistiu ao mesmo filme, tem outra opinião. "O filme é muito bom, muito técnico, mas no final ele se perdeu um pouco. Legal é ver o que o cara consegue fazer com quatro personagens e um cenário". 

Nossos repórteres analisam alguns dos destaques da Grotesc-O-Vision: 

- “A Fábulas Negras” (2015), dos diretores Joel Caetano, José Mojica Marins, Peter Baiestorf e Rodrigo Aragão. 

O longa trabalha sob uma abordagem de quatro diretores de terror brasileiros, discorrendo sobre lendas e histórias de terror brasileiras contadas por um grupo de meninos que brincam na mata e buscam assustar uns aos outros. Em sua história, o filme apresenta a valorização do folclore brasileiro, à medida que também aborda elementos culturais de algumas regiões, como problemas sociopolíticos. Apesar de independente e com baixo orçamento, apresenta uma abordagem única e promissora, podendo ser o início de uma identidade para os filmes do gênero no Brasil, algo que fuja do padrão hollywoodiano. 

- "Manda-la Night Clube” (2014), de 33 min, do diretor Lula Magalhães. 

Baseado em na história de um serial killer dos anos 1970, o filme mostra o duro e cruel mundo das prostitutas, ao mesmo tempo em que te convida a compartilhar da sádica psicose que vive o protagonista. Um rude grupo de prostitutas à espera de clientes é contatado pela representante de um cliente anônimo, que promete um alto pagamento por três acompanhantes. Elas aceitam alegremente sem saber que teriam tomado a pior decisão de suas vidas.

Veja fotos do evento:

quarta-feira, 4 de março de 2015

Chuva espanta foliões de desfile das escolas de samba de Curitiba


Desfile de sábado na Avenida Marechal Deodoro não empolgou o público, que se molhou e passou frio nas arquibancadas

Por Kadu Pereira

Alegorias montadas, bateria entrosada, fantasias luxuosas e o samba-enredo na ponta da língua. Estava tudo pronto para o 2º ano da volta dos desfiles à Marechal Deodoro, no centro de Curitiba. Mas uma convidada atravessou o samba: a chuva. Ela não deu trégua um minuto sequer durante todo o sábado (14), dificultando a vida das escolas e espantando os foliões das arquibancadas. 


Solange Aparecida Castilho, 59, ao ser questionada sobre o motivo que a fez assistir ao desfile mesmo debaixo de chuva, nos apontou sua filha alguns degraus abaixo na arquibancada, pulando animadamente. “Eu desfilei por 19 anos no carnaval paulista, pela Acadêmicos do Tucuruvi, X-9 Paulistana e Gaviões da Fiel, mas hoje, ela é o meu maior motivo para estar aqui”.

Os integrantes das escolas, apesar da frustração causada pela chuva, não desanimaram. Todos estavam empolgados e felizes por poder representar suas agremiações. Dona Judite dos Santos, 67, estava radiante após o desfile de sua escola, a Internautas de Pinhais. “Você viu que eu cumprimentei a bateria? Porque a nossa bateria é um máximo”. 

O presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Marcos Cordiolli, destacou o trabalho realizado durante o ano nas escolas: “O desfile é a ponta do iceberg. O final de um trabalho árduo e cheio de amor”. O desfile das escolas de samba de Curitiba foi vencido pela escola Mocidade Azul, também vencedora no ano passado.

Chuva não afasta legião de mortos-vivos curitibanos na Zombie Walk



Domingo de carnaval foi marcado por sangue falso e clima de apocalipse no Centro de Curitiba. Essa foi a oitava edição do evento na cidade

Por Giovanna Menezes, Manoela Tkatch e Thayná Peres

No domingo (15) de carnaval foi chuvoso, quem se aventurou pelo centro de Curitiba acabou se deparando com uma massa de mortos vivos. Em sua 8ª edição, a caminhada da Zombie Walk contou com a participação de 6 a 7 mil zumbis e sobreviventes do apocalipse. A concentração do evento foi na Boca Maldita, a partir do meio-dia. De lá, os participantes marcharam até a Praça 19 de Novembro.

Mariana Siqueira, 21 anos, estudante de Terapia Ocupacional na Universidade Federal do Paraná (UFPR), disse que participa do Zombie Walk desde 2011. Este ano, ela optou por fantasiar-se de Michonne, uma das personagens da série The Walking Dead. "O interessante do evento é que ele é realizado no período do carnaval. Nos outros lugares, a caminada ocorre em outras datas. Aqui funciona como uma opção para quem não gosta das tradicionais escolas de samba", diz.

O casal Alex, 29 anos, e Bruna Silva, 26 anos, afirma que, quando não são zumbis, trabalham como segurança e auxiliar de professor. Há 2 anos, eles decidiram vestir a fantasia e participar do carnaval dos mortos-vivos. "E está cada vez melhor", garantem.  

Neste ano, a coordenação do Zombie Walk realizou vária disputas com direito a troféu. Dentre as atividades realizadas estão a "Corrida Zombie", um concurso do melhor grunhido, o troféu "Miss Zombie" e o tradicional flash mob com a canção "Thriller" de Michal Jackson, que ocorreu em frente ao Paço da Liberdade. Em 2014, pela primeira vez foi realizado um casamento no evento. A animação do evento ficou por conta do Docca Soares e Michelle Rodrigues, uma das protagonistas da peça “Marlon Brando, Whisky, Zombies e outros apocalipses”. 

Iniciado em 2008, a Zombie Walk traz a Curitiba uma forma diferente de diversão carnavalesca. Em contraposição aos blocos de samba, a capital paranaense recebe uma grande multidão de zumbis e sua “resistência”, aqueles que não foram contaminados pelo vírus zumbi e tentam aniquilar os mesmos.

Neste ano, duas das três repórteres sobreviveram ao vírus zumbi, que se espalhou por Curitiba durante este carnaval. A expectativa é que, em 2016, elas decidam se juntar ao time dos mortos e que a sorte esteja do nosso lado. 





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