quarta-feira, 5 de março de 2014

Samba, suor e sangue: Grotesc-O-Vision exibe filmes de terror no carnaval curitibano

Sessão cheia em mostra de cinema de horror em Curitiba. 
Por Natália Brückner

Sou fã de Rodrigo Aragão e Paulo Biscaia Filho desde a Virada Cultural de 2012, quando vi seus filmes serem exibidos durante a primeira edição do evento “Madrugada Sangrenta”, na Cinemateca de Curitiba. Os dois cineastas, Aragão, do Espírito Santo, e Paulo, de Curitiba, cravaram em meu coração a estaca do horror nacional quando vi, na mesma sessão, A Noite dos Chupacabras e Morgue Story – Sangue, Baiacu e Quadrinhos. O primeiro mostra as inimizades entre famílias sertanejas, entrelaçadas com o mistério de um monstro que ataca a população, em uma narrativa que mistura de cordel e carnificina. O segundo é um conto urbano macabro que começa e termina na mesa de um necrotério. Os dois filmes deram início à minha curiosidade em conhecer o que o nosso país tem de trash horror para oferecer.

Carinhosamente apelidado de “Grotesco”, a mostra Grotesc-O-Vision subverte a micareta carnavalesca ao trocar, pelo segundo ano consecutivo, os confetes e o samba pelo sangue nas paredes e pelos gritos. O evento, que ocorreu entre 28 de fevereiro e 3 de março, foi organizada pela companhia Vigor Mortis, dirigida por Biscaia Filho.

Com o Curitiba Rock Festival e a Zombie Walk, a mostra de filmes malditos fecha a tríade soturna que faz o carnaval curitibano ser o mais alternativo do Brasil. Segundo o curador, a invasão do gênero de horror em meio ao samba e folia não serve como oposição aos foliões, mas como uma soma. Se o carnaval é a festa do povo, que seja também para o povo que gosta de terror. Para Aragão, o gênero de horror abre a oportunidade brincar com a fantasia – e com o sangue, os monstros e os medos.

Nesta edição, a Grotesco contou com lançamentos nacionais e internacionais, como Topos, longa-metragem argentino de horror que tem sua estreia no Brasil pelas telas da Cinemateca de Curitiba. No evento, Aragão e Biscaia Filho exibem seus novos filmes, respectivamente, Mar Negro e O Coração que Falava Demais.

Além dos filmes, a mostra também teve uma feira de produtos de horror, que vendia livros, DVDs, games, camisetas e canecas. Na manhã de domingo (2), um workshop de maquiagem de horror promovida por Rodrigo Aragão ensinou e preparou os participantes para a Zombie Walk, que reuniu centenas de pessoas ensanguentadas e famintas por cérebro humano no centro da cidade.

Veja mais fotos da mostra:

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