quinta-feira, 17 de julho de 2014

Claudio Castro: pequeno imponente


 O ator, que despontou através de um vídeo na internet, hoje escolhe criteriosamente os papéis que constroem sua carreira

Por Anne Louyse Araújo (texto e foto)

O humor carregado de ironia é marcante em grande parte dos personagens de Claudio Castro. A cara fechada mostra as sobrancelhas anguladas que deixam a expressão sempre sisuda do ator, social media e web celebridade. “Quando você me conhece, ganha um plus. Não sou mal humorado sempre”. Castro convence que só tem fama de malvado. Faz piadas sobre si mesmo, e descontrói a imagem depois de dois minutos de conversa.

Sentado na cadeira de um dos seus lugares preferidos, um shopping center, Claudio Castro é um curitibano que ama a cidade cinzenta de dias frios. Com mais de 24 mil seguidores do Twitter, investe e atua firmemente na internet, sua nova profissão. É analista de mídias digitais, cargo que assumiu em parceria com o prefeito Gustavo Fruet.

“Só não quero começar do zero, de novo”. Os 39 anos de vida tornaram-se sua faculdade. Como não fez escola de teatro, ele acredita que as experiências vividas desde o tempo em que o filho temporão nasceu e foi criado no sítio, até os papéis que conseguiu em emissoras de televisão, somaram para construir a carreira de ator. Ainda não alcançou tudo o que desejava na carreira, mas já recusa papéis e escolhe criteriosamente os eventos que é convidado a participar. O ator Peter Dinklage, que ganhou sucesso no seriado "Game of Thrones", é uma constante fonte de inspiração.

O “Ahnão” da dança do quadrado ganhou notoriedade em 2008, quando um vídeo em que aparecia com uma roupa de ginástica junto com mais dois personagens alcançou mais de 10 milhões de visualizações em um canal na internet.

Imponente em tudo que faz, ficou revoltado com a má administração do teatro que trabalhou durante 20 anos, e no ano de 2006 assumiu o cargo de gerente administrativo e depois financeiro do Lala Schneider.

Descreve suas preparações como demasiadamente intensas. Presídios, drogas e dardos já fizeram parte do laboratório para aprender mais sobre personagens. Os mais marcantes estão espalhados pelo quarto em que mora com os pais, em uma casa de madeira grande o suficiente para caber o mundo de Claudinho. Uma bengala do personagem da peça Don Juan, uma faca do Chucky e uma peruca.

Após uma temporada gravando o filme Deserto, que estreia nos cinemas em 2015, aprendeu a transformar fahrenheit em graus celsius com o ator Lima Duarte. “Eu ficava do lado do Lima Duarte, conversava e o esperava passar as suas experiências”.

O Festival de Teatro de Curitiba, para ele, é uma grande exploração, que demora meses para efetivar o pagamento dos envolvidos e desvaloriza o artista local.  As “meias-entradas” e a falta de fiscalização das carteirinhas, deixam a cultura mais cara.

A ansiedade aparece nas mãos, carregando pequenos e rechonchudos dedos, que permaneceram inquietos durante toda a conversa, interrompida quando a fome falou mais alto. Um prato de comida oriental finalizou a entrevista.

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