sexta-feira, 17 de abril de 2015

Espetáculo "Licença Preu Passar" brinca com o cotidiano e com a política

Personagem do espetáculo "Licença Preu Passar".
Montagem é protagonizada por ator de Cascavel e agradou o público, com muita interação e bom humor

Por Mirian Villa e Bruna de Oliveira

A manhã do dia 28 de abril foi de muitas risadas e brincadeiras na peça de teatro Licença Preu Passar, realizada no palco ruínas às 10 horas. A apresentação da peça, originária de Cascavel, contou com um público de aproximadamente 70 pessoas, na maioria mulheres e crianças. 

A montagem conta a história de um homem simples, com roupas normais no meio da praça. Aos poucos, ele começa a se transformar em um palhaço, com maquiagem branca no rosto, nariz vermelho, sapatos grandes, suspensório e um chapéu. Sua performance dura em torno de 15 minutos e isso faz com que chame a atenção das pessoas que passam pelas ruas do centro de Curitiba no Largo da Ordem. 

O tal personagem, Tico Bonito, diz que “tudo é uma questão de criatividade para atrair o público para assistir sua peça” e que a “troca de roupa na frente de todos, principalmente na frente das crianças, tira esse estereótipo de que palhaço é assustador e de que não passa de um idiota maquiado.”

O ator Leonides Quadras, de 31 anos, contagiou crianças e adultos com suas brincadeiras e piadas, convidando o público para suas palhaçadas. Em sua apresentação, o palhaço transmite ao público mensagens do cotidiano, como trabalhar em equipe, ajudar o próximo e ter desprendimento material. Além disso, ele também faz sátiras sobre a presidente Dilma Rousseff e o governador Beto Richa, do Paraná.

As amigas Ana Clara, 10 anos, e Vitória, de 11 anos, se divertiram com Tico Bonito. “Adorei a apresentação, mas fiquei com medo de segurar a 'bomba' que ele tinha mandado”, diz Ana. Vitória, que adorou as brincadeiras do palhaço, afirma que recomendaria a peça para todos. “Tico Bonito é muito engraçado, gostei muito de ter participado de algumas cenas. Desde que eu era bem nova, gosto de palhaços porque são muito engraçados.” 

Tico Bonito afirma que a arte faz pensar e leva ao conhecimento, por isso ela é crítica. Afinal, os grandes não querem que a população tenha conhecimento. Leonides “Tico Bonito” revela que não há momentos só de alegria em suas peças. “ Nós, atores de peças de teatro de rua, temos que ter um jogo de cintura. Uma vez, eu estava me apresentando e um bêbado entrou em cena. Parecia até que fazia parte da peça, só que ele queria me agredir e eu falava que era de paz. Descontente que não conseguiu me atingir, ele simulava que iria me dar socos em meu rosto e chegou a dizer que queria enfiar uma bituca de cigarro na minha boca. Usei da psicologia para inverter a situação. Falei para ele que, se ele fosse o bonzão, ele mesmo iria engolir a bituca de cigarro [risos] e ele engoliu. Apesar de ter ido embora, nesse dia perdi totalmente a concentração de continuar a apresentação. Pedi desculpa ao público e fui embora”, conta o artista.

O engenheiro João Albuquerque, de 30 anos, diz ter gostado da interação do palhaço com o público. “É muito interessante o modo de como ele interage com a plateia. Gostei muito de participar da apresentação, pois não tem idade para se divertir e dar boas risadas.”

O jornalista paulista Paulo Cabral, de 38 anos, veio para Curitiba na sexta feira, dia 27, somente para assistir às peças do Fringe. "Vim para cá com a minha mulher e meu filho já sabendo que íamos conferir esses espetáculos de, pois ia ser mais difícil comprar algum ingresso." 

Veja mais fotos de "Licença Preu Passar":

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