terça-feira, 9 de setembro de 2014

Grafiteiros pintam muro durante a Gibicon

Muro grafitado durante a Gibicon, no Portão Cultural.
Projeto live paint chamou a atenção do público durante o terceiro dia da Convenção Internacional de Quadrinhos de Curitiba

Texto e fotos de Marseille Marés Nachreiner

Durante a Gibicon – Convenção Internacional de Quadrinhos de Curitiba, os grafiteiros Michael Devis, Leandro e Luciano Ventura e Neto Vettorello deixaram suas marcas em um paredão do Museu Municipal de Arte – Portão Cultural. A ação ocorreu no sábado (6), em meio às outras atrações do evento. Entre os debates, as sessões de autógrafos com os artistas internacionais e as exposições, o live paint do muro chamou a atenção dos visitantes.

Dois dos desenhos feitos na parede remetiam à personagens famosos dos quadrinhos, os outros três são criações próprias dos artistas. "O muro agora é um novo espaço do museu", diz Letícia Marcellos, apaixonada por quadrinhos que estava visitando o MUMA e parou para apreciar o live paint.

Para Michael Devis, grafiteiro há 16 anos, pintar o paredão foi um momento muito importante em sua carreira, pois sua arte fará parte de um museu. "Isso vai mostrar ao público que a arte urbana é tão importante quanto as artes clássicas", comenta o artista de rua. O trabalho dele é inspirado nas lolitas (jovens típicas japonesas com um visual diferente) dos mangás, arte que aprendeu quando morou no Japão.

Os instrumentos usados pelos artistas de rua. 
Um dos principais objetivos dos grafiteiros é mostrar a beleza de enfeitar a cidade com os grafites, para tentar diminuir o preconceito. E pintar o muro de um museu é um grande passo.

Leandro Ventura, grafiteiro há 8 anos, já sabe como lidar com o preconceito de boa parte da população. "Quando fazemos um grafite eu percebo que o preconceito é menor, isso porque são desenhos, são coloridos, bonitos e enfeitam a cidade. Porém quando o assunto é pichação (rabiscos geralmente pretos e foscos) a coisa fica séria. As pessoas te olham estranho e não entendem que para nós também é uma forma de arte", finaliza o rapaz, que também é estudante de design.

Michael Davis trabalha em seu grafite no muro do Portão Cultural.

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