segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Quadrinistas curitibanos discutem os desafios da produção local

Artistas têm como meta criar público e uma identidade para os quadrinhos locais.
Capital paranaense aparece como pano de fundo em algumas histórias, mas não há um estilo curitibano próprio de fazer quadrinhos

Por Carolina Baggio


Na última tarde da Gibicon em Curitiba, os quadrinistas curitibanos Lobo Limão (Yoshi), Antônio Eder, André Caliman, José Aguiar, Liber Paz, Leonardo Melo, Bianca Pinheiro, André Ducci falaram sobre suas influências e o papel da cidade de Curitiba em suas histórias. Na ocasião,eles discutiram também sobre os desafios e dificuldades de produzir e sobreviver da venda de histórias em quadrinhos. 

As influências desses artistas são diversificadas, desde Leminski até desenhos da Disney. Não há um consenso sobre o estilo próprio de Curitiba nos quadrinhos. “Curitiba é o nosso pano de fundo mas não podemos ser piegas”, diz o quadrinista Antônio Eder. Com isso, as perspectivas são construir um público local e deixar uma marca curitibana nas produções. Para o quadrinista Andre Ducci, é um desafio descobrir o estilo curitibano. “Não somos europeus, não somos o Brasil estereotipado com carnaval e calor. Isso pode ser um problema ou uma liberdade para a criação."

Outro desafio é conseguir sobreviver fazendo quadrinhos. Liber Paz é quadrinista e professor do Design da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) conta que a maioria dos artistas começa a escrever quadrinhos porque tem algo a dizer, quer colocar ideias e inquietações. Depois é que vem a preocupação com o mercado e com as vendas. Para ele é difícil alguém ter como profissão única quadrinista. Não há garantia de retorno financeiro. 


Diante dos desafios e dificuldades, os quadrinistas curitibanos ressaltam a importância de eventos como a Gibicon, que viraram a vitrine da produção curitibana. Antônio Eder diz que identificou 15 lançamentos nessa Gibicon. Houve um aumento da produção em relação ao primeiro encontro. Ele ressalta que é uma oportunidade de expor os trabalhos e conhecer outras produções. A meta hoje é produzir para os encontros, produzir coletâneas de mais de um autor e construir um público consumidor de quadrinhos.



Na platéia, Luis Virgílio Caldas, fã dos quadrinistas curitibanos, veio de Ponta Grossa (PR) para pegar autógrafos dos autores. Ele conta que acompanha os lançamentos e aproveitou o encontro para conhecer pessoalmente os autores que admira.

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